TRÂNSITO CONSCIENTE
O Departamento Nacional de Trânsito, em parceria com a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) desenvolveu a série “Trânsito Consciente”. São 20 programas apresentados por Gabriel O Pensador e Luciana Mello, sobre diversos temas relacionados ao trânsito brasileiro. Convidamos você a “transitar” por toda a série da TV, assistindo aos vídeos e descubra como é possível – por meio de pequenas atitudes – transformar, para melhor, a realidade do trânsito no lugar em que vive.
Tá vindo de onde, tá indo prá onde? O papo é cidadania.
Quantas vezes você viu uma cena parecida com o do poeminha que acabou de ler? Muitas, certamente. E se deu sorte, é até capaz de ter vivido uma situação parecida. Sorte, sim, porque nada como um rosto bonito para colorir um dia de tédio.

Mesmo que não dê em nada, valeu…

Mas, deixando o papo de paquera de lado – para os olhares que deram certo e para os que perderam – você já se deu conta do quanto o simples ato de sair de casa e ir à escola, ao shopping mais próximo, ao encontro com os amigos, tem importância enorme em nossa vida? Muita coisa pode acontecer no ato corriqueiro de sair para a rua. Uma vida inteira pode mudar em um simples passeio.

A mudança pode ser boa se, de repente, aparece uma surpresa pelo caminho. Como um amigo perdido no tempo que você reencontra subitamente numa esquina. Ou pela janela do carro que passa por você. Às vezes, o passado volta na faixa contrária!

Mas a mudança pode ser ruim se, por uma razão qualquer, alguém à frente de um volante resolve fazer de conta que a pista é só dele, de mais ninguém. Por algum mistério insondável, tem gente que acha que o pedal do acelerador foi feito para descarregar raiva ou frustação. E o resultado pode ser muito ruim. Não só para essa pessoa, mas também para quem cruzar seu caminho naquele momento de descontrole.

Mas será que o mistério é tão insondável assim? Na Verdade, esse tipo de atitude tem explicação. Infelizmente, no trânsito de hoje em dia, ainda existem pessoas – condutores e pedestres – que pensam que o trânsito é uma corrida contra o tempo, uma guerra, um transtorno.
“Você passou por mim e nem me olha Ou até olha, mas finge que não me vê Fazer o que? Um rio de carros separa nossas calçadas Por entre as faixas, táxis e pedestres, O meu olhar te busca, mas se perde de você”
“Nas grandes cidades, somente 30 % dos deslocamentos são feitos a pé. Isso contribui para o agravamento da obesidade da população e para a degradação do meio ambiente.”
Ou será que o trânsito pode ser nada disso?
É preciso mudar essa visão de trânsito para que a vida melhore em todos os níveis. Afinal, o trânsito é o espaço onde todos – pedestres, motoristas, ciclistas, motociclistas – se encontram. Cada um com seus problemas, seus compromissos, suas responsabilidades. Mas cada um, também, com seus sonhos e desejos.

Qual é o desejo? Que tipo de trânsito você quer para o lugar onde vive? Lembre-se de que é nas vias de sua cidade, no ato de transitar, que grandes momentos de sua vida vão acontecer.

Você já viu, então, que a moderna visão de trânsito vai muito além daquela noção ultrapassada de veículos em disputa feroz por espaço. Às vezes, o espaço do pedestre! A visão mais atual – mais jovem, como você – defende que o trânsito é o grande espaço de convivência das cidades, sejam elas grandes ou pequenas.
“E você, como vê o trânsito? Como quem vem do passado e enxerga o trânsito como uma batalha constante? Ou como quem sabe que a rua é o espaço de todos?”
Um jeito de fazer a diferença – Brasília – a capital das faixas de pedestres
Em Brasília, o respeito à faixa de pedestre comemora dez anos. Mas não se trata de respeitar a faixa apenas por imposição da lei e sim respeitar o pedestre que atravessa a faixa. Afinal, o pedestre tem tanto direito de atravessar a rua quanto o motorista de estar dirigindo por ela. Os dois desejam chegar ao seu destino e isso implica que os caminhos se cruzem. Mas o motorista é, sempre, responsável pelo pedestre.
Veja o que diz Délio Cardoso – Diretor do Detran DF: “Hoje, nós vivemos uma realidade diferenciada. Uma cultura em que o cidadão é fiscal do outro cidadão, quer dizer, ele não avança a faixa de pedestres com receio de ser criticado e condenado pelo motorista ao lado e pelo próprio pedestre.”
Meu direito, seu direito...
É no trânsito que as pessoas se encontram e exercem seus direitos e deveres. Você sabia que um dos direitos mais sagrados, assegurado pela Constituição, tem tudo a ver com o trânsito? Pois é, trata-se do direito de ir e vir. Esse direito pertence a todas as pessoas e não apenas às portadoras de uma CNH. O primeiro a exercitar o direito de ir e vir é o pedestre. Desde os primeiros momentos da história, a humanidade caminhou com seus próprios pés.
E quem é pedestre, afinal?
Eu, você, todos somos pedestres, inclusive os condutores! Quem está ao volante agora, cedo ou tarde caminhará por uma via pública. Que atitude ele espera de quem estará ao volante na pista ao lado?

Estar apto a conduzir um veículo – ou, num sentido mais amplo, para se locomover pelas vias públicas – exige muito mais do que conhecimento técnico. Não basta conhecer as placas de sinalização e as noções básicas de mecânica. Cuidar do bom estado do veículo é importante, mas também não é o suficiente.
É preciso estar preparado para conviver no trânsito!
Somente assim, com respeito aos direitos individuais – o “ espaço” de cada um – será possível pensar em um trânsito que contribua para uma boa qualidade de vida no lugar que habitamos. Como os homens das cavernas, ainda precisamos transitar para sobreviver. Mas já podemos fazer isso com muito mais consciência, você concorda?

E lembre-se: não é apenas a conduta dos motoristas e pedestres que precisa mudar para queos direitos de cada um sejam respeitados. Muita coisa nos próprios espaços públicos precisa se adaptar a essa nova realidade.

Acessibilidade: quantas rampas para pessoas com deficiência existem em sua cidade? Quantos ônibus adaptados?
Barreiras superadas - Billy tem 29 anos, é publicitário de São Paulo e vice-presidente do Movimento Superação. Ele é portador de deficiência física há 8 anos. Veja o que Billy tem a dizer sobre acessibilidade:
“Geralmente, o problema do piso do centro de São Paulo é que ele é constituído por Mosaico Português. É um piso com muitos buracos e eu corro o risco de enroscar a rodinha da cadeira de rodas. Antigamente, quando eu andava pelo centro, dificilmente via uma rampa de acesso, era uma dificuldade, tinha que arranjar um jeito de subir pela guia ou mesmo andar pela rua, porque não havia acesso pela calçada. Agora, a gente vê que a prefeitura vem mudando isso e colocando rampas, o que facilita muto o acesso das pessoas com deficiência física e usuários de cadeira de rodas. Às vezes, você tem que ser meio skatista, tem que saber fazer manobras para passar nos buracos ou então você pára.”
Daqui pra frente, vamos falar um pouco mais sobre alguns assuntos abordados rapidamente. E sobre outros igualmente importantes, cada qual a seu tempo! Vai haver espaço para se falar de jovem, de criança e de idoso. No trânsito que sonhamos, cidadão não tem idade, tem necessidades.
E muitas outras coisas que têm a ver com o seu direito de se locomover.
E porque estamos levando essa papo com você agora? Porque falta pouco, muito pouco para você exercer plenamente sua cidadania. Seja indo e vindo a pé, para a faculdade ou o emprego – pelas vias públicas do seu lugar - ,seja como condutor de um veículo, esse momento está muito perto de acontecer. Mas isso é papo para outro parágrafo.

Muito brevemente você conquistará o direito civil à CNH. Vamos falar sobre ela no monento certo. Um documento tão importante – e de tamanha responsabilidade – que será um verdadeiro marco em sua vida como cidadão.

A CNH será seu estado de maioridade no trânsito. E na vida! De posse dela, muitas coisas – e muitas vidas – dependerão do seu modo de agir. Ao agir como um condutor consciente, a resposta final estará na ponta da língua: Trânsito é cidadania!

Isso é cidadania!

Grupo de universitários da USP faz carona solidária há anos! Renato, Bruno, Caroline e Monique estudam na USP e há dois anos dividem o mesmo carro.

O principal motivo é o econômico, mas eles sabem que um carro dividido para quatro são três carros a menos no estacionamento da faculdade e três carros a menos para poluir o ar de São Paulo.

A faculdade apóia a iniciativa e mantém um site para quem quer dar carona e para quem precisa de carona.